segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dor aguda não identificada

Que dor não identificada é esta que sinto, ó Deus meu? Dor que não escolhe membro e nem nenhum órgão humano concreto, talvez para escapar dos efeitos paliativos ou definitivos das medicações. Dor que desponta num repente, nascida talvez de um turbilhão de sentimentos e sensações não tão repentinas, mescladas no caldeirão secreto do inconsciente e liquidificadas nos movimentos constantes do liquidificador do consciente.

Será a louca Depressão, que ora foge do hospício dos transtornos, arrebentando a camisa de força da mente para vir atormentar-me com seus berros e gritos silenciosos? Ah, triste herança familiar! És tu, desvairada? Identifique-se! 

Será o prussiano soldado do Combate, armado com sua espada e seu escudo torpes, que ataca a alma e toda a matéria que a envolve? Aparta-te de mim, ó militante do partido da tristeza!

Será o Cansaço humano, que chega de braços dados com a sua esposa, a chamada Estafa? Ó infeliz casal minador das mirradas forças do homem! Não quero fazer parte de um triângulo desanimadoroso!

Será a união destas três mazelas, que se juntam para formar o terrível exército do esmorecimento e marcham desenfreadamente em busca de corações para devorar, mentes para embaçar e crenças para dissipar?

Independentemente de quem é ou de quem são, sei o que fazer! Que venham as mais diferentes causas de desalento, enfrentá-las-ei! Amarrá-las-ei nos braços da Unção e transformá-las-ei em texto. Com todas as palavras, vírgulas e pontos necessários! Quem sabe assim não faço essa dor sucumbir através dos corações e orações daqueles que lerão tais palavras, pela força da comunhão dos santos? Roguem por mim, santos corações, para que me desenlace deste laço que ora sinto, que ora transformo em palavras, que ora estão a ler.

Um comentário:

  1. Pode contar comigo querido amigo!
    Que a dama noite que é escura tome seu rumo deixando voltar o brilho do Astro Rei.
    Abração.

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